
Nesta edição, o evento, realizado pelo SESI em uma parceria com a Rede Globo, teve a participação de um público de 28.407 pessoas que reservou o tempo não apenas para aproveitar as atividades de saúde, educação e lazer, mas para colocar os direitos de cidadão em dia.
Foi o caso da estudante Vitória Gomes. Com 15 anos, moradora da comunidade do Pau da Bandeira, Vitória não perdeu tempo e decidiu deixar a velha certidão de nascimento de lado e tirar a primeira via da identidade e da carteira de Trabalho.
– Toda vez que eu chamava minha mãe, ela não tinha tempo de ir comigo. Então eu ouvi que ia ter Ação Global no bairro e decidi vir, sozinha, fazer logo meus documentos. Aqui é muito mais fácil, além disso, agora vou tentar arrumar um emprego – afirma Vitória.
Também na linha de não adiar os problemas para a segunda-feira, a vendedora Tatiane Vieira Pitta, de 27 anos, tentava tirar a segunda via da identidade. Há um mês, Tatiane perdeu o documento e não tinha dinheiro para refazê-lo.
– Ficar sem identidade é uma sensação muito ruim. É como se você fosse ninguém. Hoje, cheguei tarde aqui, não vou poder pegar a segunda via. Mas um voluntário (da Ação Global) acabou me dando a taxa de isenção. E, segunda-feira, eu vou tirar, sem problema, minha identidade e, melhor, sem pagar nada – revela a vendedora.
– O mais importante em ser cidadão é ter um nome. Se você não tem identidade, você é ninguém. Muitas vezes, chegam pessoas aqui que querem tirar seus documentos, sem ter qualquer documento. E o nosso papel é ajudar – relata Astral.
Otávio Dias trabalha há 20 anos no SESI. Desde o primeiro ano da Ação Global, em 1995, ele acorda cedo e veste a camisa de voluntário. Passando pelos municípios e bairros carentes do estado, Dias conheceu histórias que marcaram suas lembranças como cidadão voluntário.
– Lembro-me de uma Ação Global que fizemos em Campos (cidade do interior do estado do Rio de Janeiro), em que apareceu uma senhora, com 82 anos, sem qualquer documento. Aquilo mexeu muito comigo. Como pode uma pessoa passar a vida inteira sem ser alguém? – questiona o voluntário com certa perplexidade.
– Graças ao nosso trabalho que essa idosa passou a ter um nome, a ser vista como cidadã. Isso me deixa muito feliz, porque prova que a gente não sai de casa em vão, não sai de casa às 4 horas da manhã para estar aqui às 6h por nada. Quer dizer, eu me orgulho muito do que faço.
Foi esse sentimento de solidariedade que levou os artistas, do elenco de Fina Estampa, Carlos Machado, Isabel Fillardis e Adriana Birolli a participar da grande festa de cidadania. Cercados por centenas de fãs, os atores pararam para tirar fotos, dar autógrafos, mas também lembrar o objetivo do projeto.

Primeira vez participando da Ação Global, o ator e também dentista Carlos Machado destacou a importância de trabalhos que tenham como base a conquista da cidadania.
– Para a saúde do Brasil é de extrema importância o que aqui está sendo feito, que é a orientação, a prevenção. A gente tem uma saúde muito baseada na cura em vez de basear-se na prevenção – que é o mais importante.

– As oficinas, os serviços médicos e as atividades de recreação são responsáveis pela conscientização da importância da família na educação. Porque, muitas vezes, vai o pai com a criança aprender juntos uma determinada área, que, antes, pelo pai não saber, não tinha como passar da forma correta para o filho.
Conscientes dos seus direitos, a estudante Raine dos Santos, de 14 anos, e a mãe Noemia dos Santos, de 49 anos, chegaram às 7h40 na Vila Olímpica. Moradoras do Caxambi, elas acordaram cedo para aproveitar todos os serviços oferecidos.
– Existe uma dificuldade muito grande de tirar documentos. E aqui eu aproveitei para tirar toda a documentação da minha filha: identidade, CPF e carteira de Trabalho. O kit completo – diz Noêmia.
Aproveitando as dicas do “Cozinha Brasil”, programa que ensina a preparar alimentos de forma barata e sem desperdício, mãe e filha decidiram passar o domingo juntas, conforme revela a cabeleira Noêmia.
– Nós achamos que chegaríamos aqui e sairíamos cedo. Mas como nos sentimos bem, fomos conhecer os outros trabalhos. Fui no (estande) Alcoólatras Anônimos, no Pare de Fumar. Queríamos ouvir os outros e gostamos muito.
pesquisei , encontrei , li , gostei e postei conn direitos e resalvas(....)
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