A cabine de classe executiva do voo entre a Cidade do México e Torreon era acanhada, com apenas quatro fileiras. Na segunda delas, estava sentado Neymar da Silva Santos, pai do atacante do Santos e da seleção brasileira. Na quarta, estava José Manuel de la Torre, treinador do México, rival do Brasil no amistoso de terça-feira.

Neymar pai não conhecia o treinador mexicano. E "Chepo", como é conhecido o técnico, também não conhecia o pai da nova estrela do futebol brasileiro.

A reportagem do ESPN.com.br apresentou as duas partes. Teve início, então, diálogo rápido, mas que transparece duas preocupações do pai de Neymar: a perseguição dos marcadores ao filho e as notícias incessantes sobre a transferência para o futebol europeu.

"Muito prazer. Deixem ele jogar", disse o pai, em um tom que ficou entre a brincadeira e um pedido sério. Contra a Costa Rica, Neymar foi muito visado pelos adversários. Depois do jogo, o santista reclamou e disse que, contra o México, esperava poder jogar mais.

Depois de ouvir elogios do treinador mexicano ao filho, o pai ouviu a pergunta que mais escuta no Brasil. "E ele vai mesmo para Madri?". O "não" da resposta saiu acompanhado de uma frase em voz mais baixa. "Eles falam demais", disse, referindo-se à imprensa espanhola.

Em 19 de setembro, Neymar convocou uma entrevista coletiva para dizer que ficaria no Santos. Já é certo que o atacante continuará na equipe até o Mundial de Clubes, em dezembro, e bem provável que ele esteja na equipe em abril, para a festa do centenário. A Olimpíada seria a última competição que o jogador disputaria como jogador do clube da Vila Belmiro.